Autoridades em saúde defendem que o isolamento social é uma das estratégias mais eficazes contra a disseminação do novo coronavÃrus. No entanto, a mesma medida que protege pode, também, ser uma deixa para criminosos que usam a internet como isca para abusar de crianças e adolescentes.
É nesse ambiente que grande parte das pessoas tem passado mais de três meses desde o inÃcio do isolamento, tanto adultos em trabalho remoto quanto menores de idade cumprindo atividades escolares e aproveitando o tempo ocioso.
Nesse contexto, a PolÃcia Civil de São Paulo faz um alerta: de março a junho deste ano, a denúncia de crimes como pornografia infantil e chantagem sexual contra crianças e adolescentes cresceu de três a quatro vezes em relação ao perÃodo anterior à pandemia.
Em entrevista ao UOL, a delegada Ana Lúcia Miranda, do Departamento de HomicÃdios e Proteção à Pessoa, esclarece que o aliciamento das vÃtimas ocorre por abordagens em redes sociais e plataformas de jogos on-line. Depois, seguem para conversas privadas, no Messenger do Facebook ou no WhatsApp, por exemplo.
“Nessas conversas, o criminoso acaba ganhando a confiança da criança ou do adolescente e, aos poucos, fala de sua própria intimidade e induz a vÃtima a falar da intimidade dela, a exibir o próprio corpo, se tocar, por fotos ou vÃdeos. Isso configura aliciamentoâ€, disse a policial.
A advogada Alessandra Borelli defende que os pais precisam tomar um cuidado maior com que as crianças acessam durante o confinamento.
“Por força do isolamento social, é preciso flexibilizar as regras familiares sobre o uso desses dispositivos, mas isso não significa abdicar de três fatores: segurança, saúde e valoresâ€, afirmou.
egundo ela, menores de 18 anos não devem compartilhar dados com estranhos, especialmente informações sobre sua rotina, e devem manter ferramentas de privacidade ativadas em seus perfis.
“Não se deve ainda abrir a webcam para interagir com pessoas desconhecidas; e jogar on-line, só com quem se conhece pessoalmenteâ€, aconselha.
Nas últimas semanas, o Metrópoles vem noticiando os desdobramentos do caso do “Homem Patetaâ€. Trata-se de uma série de perfis no Facebook que enviam mensagens perturbadoras à s crianças, incentivando a automutilação e o suicÃdio.
“Este perfil faz o desafio para que o interessado envie uma mensagem privada e, em resposta, passa a enviar vÃdeos, textos, áudios e até a fazer ligação por vÃdeo ao vivo. Essas mensagens causam desconforto, medo, terror e podem até induzir ao suicÃdioâ€, detalha a a delegada de PolÃcia Civil Fernanda Lima, em um vÃdeo postado em sua conta no Instagram.
De acordo com a policial, as autoridades estão se esforçando para encontrar os responsáveis pelos perfis de origem brasileira, mas o primeiro cuidado precisa ocorrer em casa. Para ajudar, ela disponibiliza uma cartilha com dicas para ajudar os pais a protegerem seus filhos na internet.
“Conversar e fortalecer a relação de confiança também é fundamental para que, caso algo aconteça, ele se sinta à vontade para te procurar e contar imediatamente o que ocorreuâ€, pontuou Fernanda, especialista em investigação de crimes contra crianças e adolescentes.
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Fonte: Metrópoles.